Tony Soprano não morreu  
Tony Soprano 
não morreu  

Em uma série, a não ser que você dê meia-volta já no primeiro encontro, o balanço afetivo é mais complicado. Você olha para trás e vê o tempo investido. Relembra os bons momentos — mas será que eles ainda têm peso suficiente para manter uma relação que foi se desgastando? (Querida Daenerys, nem todo o fogo dos dragões manteve a paixão acesa).

Vou confessar: já fui covarde de dar o fora antes que a série me dissesse adeus. (Querido Dexter, você há de convir que o último ano do nosso relacionamento estava apenas esperando o legista).

É por essas e outras que evito encontros com a rainha Elizabeth ou com a Meredith Grey, por exemplo. Tenho medo de me apaixonar e depois me decepcionar, tenho medo de ficar preso e deixar de conhecer outras pessoas, tenho medo de trair ou ser traído (choro até hoje por Action, de 1999, ter sido cancelada no primeiro ano, e ainda estou furioso por não terem saído no Brasil os DVDs com as duas últimas temporadas de Boardwalk Empire).

Mas já vivi muitos casamentos felizes, vale dizer. Só tenho a agradecer por todos os anos que amos juntos, Jerry Seinfeld, Tony Soprano, Jack Bauer, Michael Scott, Michael Scofield e Phil Dunphy. E já, já vamos curtir nossas últimas horas, Ray Donovan.

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