Tóquio: nenhum buraco à vista

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O professor Márcio Muniz de Farias, da Universidade de Brasília (UnB), viveu anos em Tóquio, lecionou e fez especialização lá. Ele ressalva que problemas podem ocorrer em diferentes estágios, seja no Brasil ou no Japão. Um bom projeto é importante, assim como um bom estudo de tráfego. Ele não acha que projeto em si, embora seja relevante, seja o responsável pelos problemas no Brasil. Nem o material — que, no caso do subleito das vias, é até melhor em território brasileiro. A questão é a aplicação prática do projeto, se a construção segue os materiais prescritos, com espessuras calculadas e especificações de serviço. E se há controle da obra, como ocorre no Japão.

— É igual a uma casa. Um cano de vazamento, por exemplo, tem que ir lá e consertar. Assim é o pavimento. Pavimento precisa de manutenção rotineira, preventiva, serviços emergenciais  e, ao final da vida útil, uma restauração maior — explica Farias.

Muniz morou em Tóquio e diz que jamais viu um buraco nas ruas de lá. Ele ressalta que os japoneses costumam usar camadas mais espessas de asfalto do que os brasileiros, o que implica num custo maior.

— Eles têm controle maior de materiais e o Japão tem mais de 90% de suas rodovias pavimentadas. O Brasil tem só 12%. Eles precisam gastar muito mais com manutenção do que a gente. O Japão, em termos de área, é 23 vezes menor que o Brasil. Mesmo assim, eles têm muito mais quilômetros de rodovia pavimentada para dar manutenção do que a gente — critica.



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