
Um jovem de 20 anos foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por espancar e matar a pontapés, chutes e pisões Dionater Bertuzzi, 31 anos, em Bento Gonçalves. A denúncia de homicídio qualificado por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima foi feita na última terça-feira (20) pelo promotor de Justiça Damasio Sobesiak.
O crime aconteceu no dia 20 de janeiro, mas o homem morreu na última segunda (19), enquanto estava internado devido a gravidade dos ferimentos. Além do jovem, outros dois adolescentes também serão responsabilizados pelo MPRS por participarem do assassinato.
De acordo com a denúncia, por volta das 3h Bertuzzi estava dormindo na Rua Senador Joaquim Pedro Salgado Filho, no bairro São Bento, quando foi abordado pelo denunciado, que estava com um grupo de seis adolescentes, todos identificados. Câmeras de segurança flagraram o jovem de 20 anos retirando algo do bolso da vítima e saindo do local. Segundos depois, Bertuzzi levantou e foi cambaleando até o meio da rua, quando o jovem e outros dois adolescentes voltaram e o derrubaram no chão com uma rasteira.
Depois de caído, Bertuzzi foi agredido com 16 pontapés, chutes e pisões, sendo a maioria deles na cabeça. Após as agressões, o grupo saiu do local e Bertuzzi ficou caído inconsciente na rua, com ferimentos no rosto. O homem foi socorrido e precisou ser entubado. Inicialmente, ele foi levado para o Hospital Tacchini, em Bento, mas naquele mesmo dia precisou ser transferido para o Hospital Pompéia, de Caxias do Sul, por causa da gravidade das agressões sofridas.
O inquérito da Polícia Civil foi concluído como latrocínio consumado, que são crimes de assalto com morte. Entretanto, para o promotor Sobiesiak o crime foi um homicídio qualificado por não haver provas suficientes relacionadas a algum bem da vítima ter sido levado. "Além disso, o fato objeto da denúncia indica uma insensibilidade humana do denunciado, que, apoiado pelos adolescentes, simplesmente derrubou a vítima mediante uma rasteira — aplicada por um dos adolescentes — junto com os outros presentes e iniciou as agressões".
Ainda conforme o promotor, a Justiça penal "precisa ser dura na resposta, diante de tamanha selvageria demonstrada e que resultou, inclusive, na morte da vítima, após um mês de internação, em consequência das agressões gratuitas sofridas".
Dionater Bertuzzi era natural de Nova Prata e estava morando em Bento Gonçalves há pouco tempo. O corpo do homem foi velado na Igreja São Pelegrino, em Nova Prata, e o sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal Placidina Vieira de Araújo, também no município.